sábado, 29 de dezembro de 2012

Madrugada..



Sempre que passa da meia-noite, lembro de você. Eu não conhecia a madrugada. Não daquela forma ininterrupta. A minha retidão me permitia viver apenas até o badalar do fim do dia. Como se fora um gato borralheiro, eu tinha hora certa para viver acordado. Você me mostrou uma passagem para a dimensão da descoberta, do até então mundo desconhecido das possibilidades. E eu me apaixonei.
Na verdade tudo acontecia depois da uma da manhã. Como se antes disso, nada tivesse graça. Sair para jantar às 9 da noite todo mundo faz. O divertido era passear pela cidade, sem o trânsito habitual, percorrendo ruas e avenidas movimentadas fazendo um zigue-zague com o som ligado no volume ambiente. Meter a cara na janela e bradar a liberdade notívaga.
Era bacana pensar que o planeta dormia, enquanto eu pensava e escrevia para você. Dava uma sensação de que podía parar o tempo. Era dono do limbo, tinha uma seis horas antes do sol nascer e naquele momento, o mundo era meu. Meu mundo.
Dava fome às 3h e nem pensava  sair para comer qualquer coisa e sem hora, sem pressa. Na volta, abria uma garrafa de vinho, sentava na cama e apenas você no meu pensamento era minha companhia. Até o silêncio participava. Sensação de esquecer o relógio, desafiar a lógica, transgredir a rotina.

E na hora do “mundo inteiro acordar e a gente dormir pro dia nascer feliz”, fazía com a alegria de uma criança cansada de brincar o dia todo. Era um sono inocente. O problema da madrugada é que a aurora desperta pra vida. Às vezes saio por aí depois da uma da manhã, para ver se reencontro meu sonho, se redescubro aquela aventura adolescente. Obrigado por ter me apresentado a madrugada, ela é realmente fascinante.

Madrugada Amiga
Ah! madrugada amiga... 
Companheira de minhas esperanças, 
onde muitas vezes me faz presente, 
recordando os meus sonhos e Amor ... 

   

Nenhum comentário:

Postar um comentário