Sempre
que passa da meia-noite, lembro de você. Eu não conhecia a madrugada. Não
daquela forma ininterrupta. A minha retidão me permitia viver apenas até o
badalar do fim do dia. Como se fora um gato borralheiro, eu tinha hora certa
para viver acordado. Você me mostrou uma passagem para a dimensão da
descoberta, do até então mundo desconhecido das possibilidades. E eu me
apaixonei.
Na
verdade tudo acontecia depois da uma da manhã. Como se antes disso, nada
tivesse graça. Sair para jantar às 9 da noite todo mundo faz. O divertido era
passear pela cidade, sem o trânsito habitual, percorrendo ruas e avenidas
movimentadas fazendo um zigue-zague com o som ligado no volume ambiente. Meter a
cara na janela e bradar a liberdade notívaga.
Era
bacana pensar que o planeta dormia, enquanto eu pensava e escrevia para você. Dava uma
sensação de que podía parar o tempo. Era dono do limbo, tinha uma seis horas antes do sol nascer e naquele momento, o mundo era meu. Meu mundo.
Dava
fome às 3h e nem pensava sair para comer qualquer coisa e sem hora, sem
pressa. Na volta, abria uma garrafa de vinho, sentava na cama e apenas você no meu pensamento era minha companhia. Até o silêncio participava. Sensação de esquecer
o relógio, desafiar a lógica, transgredir a rotina.
E
na hora do “mundo inteiro acordar e a gente dormir pro dia nascer feliz”,
fazía com a alegria de uma criança cansada de brincar o dia todo. Era um
sono inocente. O problema da madrugada é que a aurora desperta pra vida. Às
vezes saio por aí depois da uma da manhã, para ver se reencontro meu sonho, se
redescubro aquela aventura adolescente. Obrigado por ter me apresentado a
madrugada, ela é realmente fascinante.
Madrugada Amiga
Ah! madrugada amiga...
Companheira de minhas esperanças,
onde muitas vezes me faz presente,
recordando os meus sonhos e Amor ...
Companheira de minhas esperanças,
onde muitas vezes me faz presente,
recordando os meus sonhos e Amor ...
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