Saudade é assim…
Quando se
está com raiva existe a palavra, o grito, os argumentos e até a vontade de
ficar longe.
Quando se
está feliz existe o abraço, o carinho, o aconchego e as risadas compartilhadas.
Quando se
está triste existem as lágrimas, o desabafo, a mão estendida e o ombro que vai
amparar o rosto.
Quando se
está com saudade, não existe nada… não há presença, cheiro, olhar, sorrisos,
voz ou proximidade da pessoa que se quer ter perto.
Saudade é
vazio preenchido de vontade, é sede que não sacia, é fome que não acaba.
Saudade é falta.
Saudade é
estar só e ao mesmo tempo rodeada de uma presente ausência, de pensamentos
recorrentes, de desejos intermináveis.
Saudade é
dormir sentindo, sonhar revivendo e acordar enquanto a alegria continua
adormecida.
Saudade
não tem cor, mas pode ser cinza quando não há volta ou iluminada como o sol,
quando sabemos que estaremos perto de novo.
Saudade é
contar o tempo e acreditar que ele está mais lento, é ter a sensação constante
de que toda a angústia acabará em alguns minutos, dentro de um abraço.
Saudade é
música que aperta o peito, riso que desperta o choro, passado que queremos
transformar em presente.
Saudade é
nostalgia do que ainda não conseguimos esquecer… ou do que não queremos
esquecer.
Saudade é
perfuro-cortante, afiada e fria como uma lâmina, mas que se transforma em fogo
quando terminada.
Saudade é
ficar esperando o dia, a hora, o lugar e o momento de dizer “eu senti
saudade!”.
Saudade é
olhar de longe e pensar o que fazer para acabar com a distância.
Saudade é
insana, não tem planejamento, discernimento ou auto-controle… simplesmente
revira e tira tudo do lugar.
Saudade é
reconstituir por muitas, muitas, muitas vezes o último beijo e o último
sorriso.
Saudade é
planejar os próximos abraços, toques, ficar agarradinho… é a expectativa de
encontrar de novo.
Saudade é
isso que você está sentindo agora, enquanto lembra de quem te desperta esse
sentimento.
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