sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Rosa Caveira...

Dona Rosa, Dona Rosa,
De que roseira é que vem,
Que não tem senão espinhos
Para quem só lhe quer bem?
Dona Rosa, Dona Rosa,
Quando eras inda botão
Disseram-te alguma cousa
De flor não ter coração?
Trazes uma cruz no peito.
Não sei se é por devoção.
Antes tivesses o jeito
De ter lá um coração
.

Falo Agora De Solidão...

 FALANDO DE SOLIDÃO


Sempre é complicado falar de solidão, pois a solidão pode ser interpretada de diversas maneiras. Podemos senti-la em meio a uma multidão, e podemos não senti-la quando sozinhos.
É tudo questão de ponto de vista.
Existem pessoas que sentem necessidade de companhia, sempre precisam de gente ao seu redor.  Não importa se boas ou más companhias, pois não conseguem entender a vida sem aquele burburinho de gente em seu redor.  Se forem pessoas amigas, tanto melhor, o papo será mais agradável. Contudo, mesmo que não o sejam, não tem importância, pois pelo menos servirão de companhia.  Seja como for, alguém ao lado para falar, para ouvir.  Muitas vezes mais para ouvir.  Quem nunca sentiu necessidade de um desabafo, de soltar seus “bichos internos” para alguém?  Por vezes, se for um estranho, melhor ainda, pois, além de não nos julgar, muitas vezes, poderá apenas estar nos escutando, sem, contudo ouvir-nos, e nos dando o doce direito de falar, talvez por igualmente precisar de companhia.
Quer melhor desabafo do que esse? Dizemos tudo que nos venha à cabeça, e isso, muitas vezes, serve de uma ajuda incrível.  Podemos também, falar com o espelho, que pode ser um bom ouvinte, mas não é “alguém” vivo à nossa frente.  “Alguém”, que pelo menos nos passe a impressão de estar ouvindo.
Nesse ponto, os melhores ouvintes que existem, são os voluntários do CVV.  Através de um frio telefonema, necessitados encontram um calor humano que serve como um grande alívio, e até mesmo chega a salvar vidas. É necessário reconhecer o grande serviço prestado por esses heroicos voluntários cevei-nos. Vale a recomendação: Não se sinta só. Antes de se suicidar, telefone para CVV.
A propósito, encontrei uma frase da grande escritora cearense Rachel de Queiroz, que define bem esse bichinho insidioso que se chama solidão:
A gente nasce e morre só. E talvez por isso mesmo é que se precisa tanto viver acompanhado.
Sem qualquer sombra de dúvida.  Por vezes, ter alguém a nosso lado chega a ser vital. A solidão chega a ser desesperante.  Tudo depende de como encararmos a vida.
Contudo, pode-se viver só, e viver muito bem, desde que se encontre um derivativo para ajudar a curtir a solidão.  O principal requisito para isso, é saber gostar-se para que se possa sentir bem em sua companhia.  Claro, pois se soubermos amar-nos, seremos uma excelente companhia para nós mesmos. Por vezes, a mais adequada aliás.
Muitas vezes apenas a lembrança de lindos momentos vividos,  já pode servir como lenitivo, ajudando a superar o trauma da solidão.  Um bom livro, ou  um bom filme,  pode ser mais agradável do que um papo insosso.  Muitas vezes, sentimo-nos sozinhos, em meio a uma multidão.  Depende de nosso estado de espírito. Depende de como nossa alma estiver se sentindo.
O que realmente chega a ser importante, é saber curtir o momento que estamos vivendo.  Se estivermos sozinhos, aproveitemos nossa companhia, fazendo aquilo de que gostamos, sem precisar ouvir opiniões ou palpites, com toda a liberdade, por vezes tolhida por alguém a nosso lado.
Precisamos aceitar os fatos como eles se apresentam.  Nem sempre é conveniente nos isolarmos, mas por vezes um isolamento, ficar apenas meditando , é o que pode nos ajudar a acertar a vida.  Mas por vezes, precisamos ter alguém para nos ouvir, bem como precisamos ouvir alguém que nos possa ajudar.  Muitas vezes uma troca de ideias aclara muitas situações nebulosas.  Há que saber definir-se. Há que saber entender o momento.
Apenas precisamos saber escolher os momentos de isolamento ou de convivência.  É muito difícil seguir-se uma única linha de conduta, pois nossa cabeça nunca poderá ser direcionada em um só sentido.  Precisamos saber-te-la aberta para as necessidades de momento. E, não tenham dúvidas de que cada caso, sempre será um caso.  Nem sempre a mesma solução que foi tão boa em uma oportunidade, servirá para outra.  Há que saber viver.
Podemos então deduzir que a solidão pode ser boa, ou pode ser péssima, dependendo de nossa necessidade de momento.  Definir essa necessidade, é que por vezes é problemática.
Bem, “a solidão é má conselheira”, ou “antes só que mal acompanhado”?
Nessa dúvida, o importante é termos UM LINDO DIA.

Para termos bons momentos,
esqueçamos os lamentos,
bem direcionando os pensamentos...



Saudades...

Saudades....

Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...

Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...

Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...

Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro...

Sinto saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...

Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.

Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!

Daqueles que não tiveram
como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!

Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive
mas quis muito ter!

Sinto saudades de coisas
que nem sei se existiram.

Sinto saudades de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos, de experiências...

Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!

Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!

Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,

Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.

Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...
não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...

Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades
Em japonês, em russo,
em italiano, em inglês...
mas que minha saudade,
por eu ter nascido no Brasil,
só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.

Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria,
espontaneamente quando
estamos desesperados...
para contar dinheiro... fazer amor...
declarar sentimentos fortes...
seja lá em que lugar do mundo estejamos.

Eu acredito que um simples
"I miss you"
ou seja lá
como possamos traduzir saudade em outra língua,
nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.

Talvez não exprima corretamente
a imensa falta
que sentimos de coisas
ou pessoas queridas.

E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.

Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência...


       

Será Verdadeiro....


Será Verdadeiro.

Confesso que nunca me agradou aquilo de deixar a vida me levar. Também nunca vi sentido em pensar que a felicidade pode ser controlada. Não existe a fórmula da felicidade que, repetida por qualquer um, trará felicidade.

Amar não é um evento neuroquímico. Não, esse evento não passa de uma consequência. O amor, para mim, tem duas origens.

Representar a
forma irracional de amor não é fácil racionalmente, mas meu lado poeta me ajuda nisso.

A ascensão da loucura

Passou pelos meus pés
Fez-me flutuar
Passou pelo joelho
Dobrou-se

Subiu pelas pernas
Fez-me tremer
Tomou conta da minha barriga
Está frio como o gelo

Subiu até o coração
Ele bate forte
Foi até minha nuca
Senti um calafrio

Invadiu minha mente
Perdi a concentração
Continua subindo
Meus olhos estão apontados pra cima.